Tratamentos
Tipos de Tratamentos Nefrológicos
Algumas pessoas têm dúvidas entre qual a melhor opção de tratamento, se a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante de rim. De forma geral, os pacientes que são transplantados têm uma maior sobrevida ao longo dos anos, bem como uma melhor qualidade de vida.
Porém, a indicação do melhor tratamento depende de vários fatores, como idade do paciente, causa da doença renal crônica, outras doenças associadas que o paciente possa apresentar, fatores econômico-sociais, acesso ao tratamento, etc.
Portanto, cada paciente deve ter o tipo de tratamento mais adequado possível, dentro das opções que estejam disponíveis e isso deve ser discutido com o médico nefrologista.
Hemodiálise
O que é Diálise?
A diálise é um procedimento que retira as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo através da filtragem do sangue.
Quem precisa fazer?
É um tratamento usado para pacientes com insuficiência renal grave.
Como funciona?
O sangue é retirado do paciente e impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise, o que só pode ser feito em lugares especializados, como centros médicos e hospitalares.
No filtro, o sangue é exposto a uma solução (dialisato) que provoca a troca de substâncias. Depois, o sangue é devolvido ao paciente. Esse processo é feito, geralmente, em três sessões por semana.
Diálise Peritoneal (DPA)
O que é a Diálise Peritoneal
É uma técnica fisiológica que utiliza a membrana peritoneal (que envolve os órgãos abdominais) e atua como um filtro do sangue, removendo excesso de água e toxinas do corpo. É uma técnica também denominada “auto-diálise”, porque pode ser feita pelo próprio paciente.
Para fazer a Diálise Peritoneal é preciso de uma cirurgia para implantar um cateter na membrana peritoneal.
Como Funciona?
São introduzidos cerca de dois litros de dialisato pelo cateter. Eles ficam de seis à oito horas no abdome.
Durante este tempo, o sangue é filtrado através do peritônio (membrana localizada no abdome).
Após o líquido ficar saturado de substâncias tóxicas é feita a drenagem.
Fazer diálise peritoneal ou hemodiálise é uma decisão que deve ser tomada conjuntamente entre médico nefrologista e paciente.
O resultado de ambas é o mesmo, mas cada um desses tratamentos tem suas vantagens e desvantagens e suas indicações precisas. Depende das condições clínicas e da preferência do próprio paciente. A decisão deve ser a melhor possível para cada situação.
No caso da diálise peritoneal, o tratamento é feito em casa diariamente, em sessões de oito a dez horas. Uma outra opção que existe há vários anos no mundo é hemodiálise domiciliar.
Atualmente, o governo americano tem incentivado esta modalidade por lá. Aqui no Brasil ainda não existe regulação oficial para a hemodiálise domiciliar.
Segundo o Censo 2018 da Sociedade Brasileira de Nefrologia, 92,3% dos pacientes estão em hemodiálise e apenas 7,6% estão em diálise peritoneal no país. Apenas 0,1% fazem hemodiálise domiciliar por aqui. O SUS paga o tratamento dialítico para 76% dos cerca de 135.000 pacientes em terapia renal dialítica, segundo este censo.
Transplante Renal
O que é transplante renal?
No transplante renal, um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de doença renal crônica avançado. Por meio de uma cirurgia, esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
O transplante renal é um tratamento, que garante ao paciente renal uma melhora considerável em sua qualidade de vida.
Quem pode ser doador de rim?
Existem dois tipos de doadores de órgãos: os doadores vivos e os doadores falecidos.
No caso de doadores que morreram, os rins são retirados após o diagnóstico de morte encefálica e com a permissão dos familiares. O diagnóstico de morte encefálica segue padrões rigorosos definidos pelo Conselho Federal de Medicina. Vários exames são feitos e aquele paciente que for mais compatível (menor risco de rejeição) com o órgão que está disponível é quem receberá o rim. Para isso, é necessário estar inscrito na lista única de receptores de rim, da Central de Transplantes.
No caso de rim de doador vivo, a lei brasileira permite que parentes possam ser doadores. Quando não houver grau de parentesco, a doação só pode ser feita mediante uma autorização judicial. Entre as condições necessárias está o desejo espontâneo e voluntário de ser doador. Vários testes são feitos e há necessidade de ter compatibilidade sanguínea ABO com o receptor.
*A comercialização de órgãos é proibida por lei!
Quais são as contra-indicações para o Transplante Renal?
Existem algumas contraindicações para o transplante renal que, de modo geral, são impostas pelas condições de saúde do paciente, assim como em qualquer outra cirurgia.
Pessoas com doenças hepáticas, cardiovasculares ou infecciosas que não estejam controladas e pacientes gravemente desnutridos não podem fazer esta operação.
Pacientes com distúrbios psiquiátricos, com abuso de álcool ou drogas, ou com problemas graves na estrutura familiar podem ter o uso correto dos medicamentos e controles médicos e laboratoriais no pós-transplante comprometido.
Comparando a hemodiálise, diálise peritoneal e transplante de rim, qual é a melhor opção?
Comumente, os pacientes submetidos ao transplante renal, obtém maior sobrevida ao longo dos anos. No entanto, a idade do paciente, a causa da doença renal crônica, demais patologias e fatores socioeconômico, entre outros, determinam a melhor estratégia de tratamento, devendo ser individualizado para cada paciente. Consulte seu Nefrologista.